terça-feira, 31 de dezembro de 2013

600!

No começo deste ano resolvi pela primeira vez na minha vida estabelecer uma meta que não fosse necessariamente uma obrigação. Muito pelo contrário.

Fotografar espécies novas depois que você já tem mais de 400 espécies de nossa avifauna registradas exige um certo esforço, principalmente se a meta é atingir as 600!

Mas há se toda meta fosse assim... quem sabe no paraíso.

E pra lá fui eu, um dos maiores paraísos que ainda resta na Terra. No Pantanal foram dezenas de lifers(espécies novas). 

Mas ainda assim era pouco e outras viagens sensacionais também renderam novas espécies. Este foi um ano excelente! E não vou nem falar dos diversos companheiros sensacionais desta minha jornada, eles merecem um post especial. 

Bem, quando faltava praticamente uma semana para o fim deste ano ainda faltavam 8 espécies!
Então aproveitei o recesso de Natal e sai às matas do Parque Estadual do Rio Doce, do Caraça e da minha querida cidade, Rio Piracicaba/MG.

O mal tempo não ajudou muito, e apesar das intempéries consegui fotografar 4 novas espécies, a coruja-da-igreja, a guaracava-de-crista-alaranjada, a juriti-gemedeira e o belíssimo gaturamo-rei. Contei com a colaboração do meu fiel companheiro de passarinhadas tio Maninho Camarão e da mais nova passarinheira do pedaço, minha esposa, que já tem até perfil no Wikiaves(se quiserem visitar as fotos dela busquem por Janine Paranhos).

Gaturamo-rei registrado na região do Caraça


Retornei ao Rio faltando ainda 4 lifers(espécies novas) e praticamente só havia o domingo para tentar alcançar minha meta. Foi quando lembrei de uma passarinhada que eu e o amigo Gabriel Mello estávamos planejando aqui mesmo no Rio. Entrei em contato com ele, topou na hora. 

Então lá fomos nós, rumo à região de Sepetiba, um paraíso das aves marinhas.

Foi uma passarinhada maravilhosa, conheci pessoalmente o irmão do Gabriel, o Daniel Mello. Mas engraçado, parecia que já o conhecia. Nada o difere de seu irmão, muito simpático, tranquilo, gente finíssima! Conheci também o Felipe Valentim e sua namorada, pessoas possuidoras de uma rara educação. As digníssimas companheiras dos irmãos Mello também integravam a "equipe" nota mil que participou desta última missão do ano. Inclusive a Maria, namorada do Gabriel, registrou-nos em ação e a foto do grupo é de sua autoria. Muito obrigado Maria.





Sepetiba parece mais uma vila de pescadores, parecia até que estávamos no sul da Bahia, muito diferente da agitação da cidade grande, não dá nem pra acreditar que estávamos no Rio de Janeiro. 

Aportamos primeiramente em uma APA localizada na Praia das Brisas onde os irmãos Mello garantiram um lifer que eles disseram que seria certeiro, ei-lo:

Figuinha-do-mangue


Devido à maré muito baixa as aves estavam muito longe, até consegui outros dois lifers, mas com registros sofríveis. De qualquer forma faltava mais um e partimos então para um pouco mais à frente, numa outra praia, em Sepetiba mesmo.

Estacionamos os carros numa praia onde havia uma enorme extensão de areia e no fim desta, uma enorme quantidade de aves marinhas.

Deixo as imagens falarem por mim:








 Calça, bota, equipamento pesado sob o forte calor do verão carioca e uma sensação de bem estar que só quem vive esta paixão pode entender. Mas contrariando a vontade, a razão alertou sobre a necessidade de deixarmos aquele paraíso, pois o sol a pino poderia atentar contra nossa saúde.

Então, exaustos e contentes, sentamos num restaurante por ali mesmo, à beira mar. Apesar de simples, a comidinha era caseira e farta e, devido ao contexto, foi como um banquete, onde brindamos a possibilidade de vivermos aquele momento, e, particularmente, chegar a meta das 600 espécies fotografadas.

Mas, apesar da confiança, havia um porém - que foi um "temperim" a mais.

Havia uma foto de um bando de aves inicialmente não identificadas que registramos de muito longe mas que não parecia com nenhuma daquelas que avistamos mais próximas e que dependia de confirmação para afirmarmos se tratar de uma nova espécie. Após pesquisa os irmãos Mello chegaram à conclusão que era um bando de maçaricos-brancos, mas como não tinham certeza absoluta acharam melhor aguardar outras opiniões.

Assim, recorri a alguns colegas ornitólogos. Fui prontamente atendido! Aproveito o ensejo para agradecê-los, muito obrigado Wagner Nogueira, Guilherme Serpa e Alexander Lees.  

Enfim pude comemorar e agora compartilhar este momento aqui.

Não posso deixar de agradecer também aos irmãos Mello e suas respectivas namoradas, e aos novos amigos Felipe Valentim e Mel Simas.


Finalizado este último post do ano desejo a todos um ótimo ano novo, com muita saúde e paz, e para os aficcionados, muitos lifers!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Imagens do Pantanal

Amigos, algumas imagens inéditas do Pantanal que estavam em algum lugar ignorado e agora ganham vida aqui:

Gavião-preto imaturo

Aratinga-de-testa-azul e periquito-rico
Cardeal-do-banhado
Cabeça-seca
Gavião-caramujeiro

Gavião-caramujeiro imaturo
Pavãozinho-do-pará
Arara-azul-grande

Pica-pau-de-topete-vermelho 

Dispensa apresentações


sábado, 7 de dezembro de 2013

Últimas do JB

Ave amigos!

Hoje tive a agradável companhia dos queridos primos Brunão e Rosana, na minha passarinhada semanal no Jardim Botânico, e ainda por cima ganhei um presentão de Natal, uma carteira de sócio da Associação dos Amigos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Só posso agradecer-lhes queridos primos, por esta grande demonstração de carinho!

Bem, foi muito proveitosa nossa passarinhada.

Consegui um lifer graças ao olhar atento dos meus queridos primos, que me avisaram da presença do balança-rabo-de-bico-curvo. Ave que, me alertou o amigo Paulo Couto, é muito rara nas Minas Gerais.

Glaucis hirsutus, lifer de nº 591


Melhorei também meu registro do arapaçu-liso. Motivo de grande satisfação!

Os arapaçus são um grupo de aves que curto muito. É muito interessante observá-los em suas incessantes escaladas, voando de uma árvore para outra, escaneando os troncos atrás de seu alimento.

Tenho um material interessante sobre arapaçus e será motivo para um post exclusivo. Vale a pena.

Dendrocincla turdina



Bem, e para finalizar, não poderia deixar de falar dos macacos-pregos que apareceram por lá.

Foram chegando aos poucos, meio desconfiados, e rapidamente já estavam às dezenas, dominando o dossel sobre nossas cabeças.

Brincavam de pular de uma árvore para outra, nos proporcionando um divertido espetáculo acrobático.




Estava tudo uma felicidade só. Até que mexeram com o filho de alguém...

O pobre jovem despencou da copa de uma grande árvore, não vimos se ele conseguiu escapar de uma perigosa queda ao chão.

De qualquer forma, provavelmente os pais foram tirar satisfação com o covarde e a algazarra foi geral, assustando minha meiga e nobre prima Rosana, não acostumada com toda aquela selvageria.




Então, eis que surge um respeitável, e ao mesmo tempo humilde senhor, bem à nossa frente, com aquela áura de sabedoria que geralmente acompanha os mais velhos, e nos lança um olhar tão meigo que parecia dizer - acalmem-se, somos amigos!


 Todo caos se desfez naquele momento, e minha prima encheu-se mais uma vez de sua natural ternura.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um pica-pau bem discreto


Não à toa o famoso Pica-pau dos desenhos animados é sempre retratado como um bicho espalhafatoso, que gosta de chamar atenção.

Afinal, a grande maioria das espécies de pica-paus possui uma plumagem vistosa, de cores vibrantes, e moicanos de botar Neymar "no chinelo".

O pica-pau-chorão é uma rara exceção.

Este pequeno pica-pau possui uma camuflagem perfeita, sendo denunciado somente por sua vocalização(que faz lembrar um choro - we,we,we).

Até seu nome científico - Veniliornis mixtus - faz alusão à sua notória capacidade de se mesclar, se misturar ao meio ambiente em que vive.

Além disto, é naturalmente escasso, ocorrendo em baixíssima densidade populacional em sua vasta área de ocorrência - as savanas do Brasil Central e de países como Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia.

Outra dificuldade em encontrá-lo reside no fato de que este bioma está cada vez mais ameaçado, restando poucas áreas intactas, necessárias para a sobrevivência da espécie.



Pica-pau-chorão em seu habitat, na serra do Cipó

               Onde está Wally?       

Como se pode inferir, encontrá-lo realmente é um privilégio.

E foi com extrema satisfação que o encontrei em três passarinhadas.

A primeira vez foi em Ouro Preto/MG, graças ao amigo Wagner Nogueira, a quem sou deveras agradecido.

Depois tive a grande sorte de reencontrá-lo na região da serra do Cipó, em duas localidades diferentes, durante excursões do Instituto Pró-endêmicas e da Ecoavis, em áreas das mais preservadas daquele paraíso mineiro.

Fazendo ninho, na região da serra do Cipó



Meu melhor registro deste raro pica-pau


sábado, 30 de novembro de 2013

Últimas


Ave amigos!

Aqui no Rio costumo passarinhar no Jardim Botânico. Normalmente aos sábados.
É um lugar que dificilmente não saimos com pelo menos uma foto legal.
De vez em quando alguns lifers também pintam(não sabe o que é lifer? Veja isto: http://virtude-ag.com/conhecimento-o-que-e-um-lifer-maio13-por-joao-sergio-barros/ principalmente a nota da editora).

Hoje não rolou nenhum lifer. Mas gostei das três fotos seguintes:

Tempera-viola(Saltator maximus)
O tempera-viola estava se alimentando de pitangas. Ele é um "primo" do nosso trinca-ferro, e não decepciona a família, é um excelente cantor!



     Choquinha-de-flanco-branco macho (Myrmotherula axillaris) fazendo ninho
O casal de choquinhas se revezavam na construção do ninho.
Um senhor que sempre encontro por lá, e que é especialista em ninhos, me disse que aquele estava fadado ao insucesso, pois estava muito exposto e os predadores, que são muitos, fatalmente iriam encontrá-lo.
Bem, vou tentar acompanhar a sorte das chocas, que espero seje boa.


Saracura-do-mato (Aramides saracura)

A saracura-do-mato passeava sossegada pela "Trilha da Mata Atlântica". Comeu uma minhoca que "deu mole" e, após perceber dois gatos que estavam caçando nas redondezas, começou a emitir um som de alerta e se refugiou no mato.



Aliás, os gatos "tocaram o terror" na mata.
As choquinhas que estavam fazendo ninho e uma rendeira(que provavelmente também estava nidificando) ficaram alvoroçadas, também emitindo vocalizações de alerta.

Rendeira fêmea (Manacus manacus)

Acho que digno de nota é isto aí.

E para finalizar, ontem meu ilustre vizinho resolveu me visitar.
Como sempre, só aquela passadinha super rápida, mas super prazerosa, como sempre...

Falcão-peregrino (Falco peregrinus), o ser vivo mais rápido do planeta

E até a próxima, pessoal!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Meu vizinho, o falcão-peregrino

Quando, no ano passado, adquirimos nosso apartamento aqui no Rio e o visitei pela primeira vez, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: acho que vou realizar um antigo sonho, encontrar um falcão-peregrino.

Era o último andar de um prédio de 13 andares, numa das cidades onde ele costuma se abrigar, fugindo do rigoroso inverno norte-americano.

Uma hora eu tinha que topar com ele!

Mas para minha surpresa e imensa alegria, mais do que topar eu descobri que tinha comprado um "ap" numa das áreas mais nobres da cidade, eu tinha como vizinho nada menos que um recordista mundial de velocidade, o ser vivo mais rápido do planeta! O incrível falcão-peregrino!

Costumava vê-lo pousado numa daquelas janelinhas de banheiro de um "prédio emergente" mais ou menos próximo ao meu.




Na atual temporada ele está usando este poleiro só pra dormir.
Interessante, pois no ano passado ele costumava ficar ali só durante o dia.
Consegui até uma foto bem legal, pouco depois dele alçar voo.



Ontem à tardinha fiz mais uma foto dele, parecia que tinha acabado de jantar, papo cheio e com manchas que parecem ser de sangue.


Click feito no finzinho de tarde

Depois de um tempo, já no crepúsculo, lá estava ele, no seu poleiro preferido, pronto para mais uma noite de descanso.

Mas não é todo dia. O meu ilustre vizinho deve ter pelo menos mais uma outra residência.

De qualquer forma me sinto um privilegiado por contar com a presença deste lendário falcão.

É sempre uma grande alegria poder observá-lo cortando os céus, como uma flecha.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um grande potencial

Ave amigos!

Hoje vou contar um causo prôces.

Foi no carnaval de 2012 (aliás nos últimos anos faço de tudo pra fugir pro mato nestes dias, e olha q já fui daqueles foliões de acordar na rua).
Fui com a família para a Pousada Paraíso, em Petrópolis. Um lugar muito aprazível na serra fluminense, com muitas atrações, uma cozinha sensacional e muitas aves. Enfim, uma ótima dica para levar a família, há entretenimento para todos.
Fomos muito bem recebidos pelo Bernardo Lacombe, proprietário e guia ornitológico da pousada, gente boa demais, além de muito divertido.
Saíamos todo dia bem cedo, apesar de seus inúmeros afazeres. Confessou-me que aquele era seu momento de diversão. O Lacombe é um dos nossos.
E num desses afazeres ele presenciou algo que eu já desconfiava em teoria.
Num belo dia o Lacombe levava um grupo de hóspedes numa trilha na mata. Ao avistar um passarinho perto da trilha, instintivamente, avisou a todos da presença do passeriforme, e uma jovem noiva, que estava com sua superzoom na mão, clicou o bichinho.
A jovem olhou para o resultado e caiu em prantos. Arrebatada por uma emoção inexplicável!
 Mostrou o resultado para o Lacombe e, mais tarde, para mim. Um daqueles registros sofríveis, onde mal identificamos a espécie. Mas o suficiente para aflorar o birder que estava latente naquela jovem.
Após tal fato tive pena foi do noivo, sempre a tiracolo da amada, que enquanto perdurava alguma luz, só queria saber de fotografar as aves da pousada, nada mais interessava à moça.


Bem amigos, a fotografia de aves é algo tão envolvente para mim e para os colegas que conheço, que sempre imaginei que deve haver birders em potencial pra todo lado. 

A prova foi neste dia, não acredito que foi só uma enorme coincidência, acho sim que poderia ser um relevante dado estatístico.

Imaginem se em cada hotel de campo houvesse um Lacombe para guiar as pessoas nas trilhas, dando aquele ''empurrãozinho"? Creio que seja grande a chance do fato acima narrado se repetir. 

Sempre tentei “descobrir” novos birders no meu círculo familiar e social. Pelo menos quatro eram potenciais observadores/fotógrafos de aves que descobri através desta iniciativa.

Fica então a sugestão, tente descobrir você também os potenciais birders que podem estar ali, do seu lado, dormindo, esperando para ser acordado para um mundo novo e incrível.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Singela homenagem à Ecoavis


Bem amigos, hoje gostaria de fazer uma singela homenagem à Ecoavis.

A Ecoavis é uma ONG " sem fins lucrativos ou partidários e tem como missão estimular, por meio da prática da observação de aves, um maior contato com a natureza e sua conservação". Já ganhou inúmeros prêmios graças à sua atuação na defesa do meio ambiente.

 Realmente estes nobres amigos não fogem à luta quando alguma ameaça põe em risco o meio ambiente das Alterosas.

Foi com muita alegria que ingressei na Ecoavis, pouco depois de ter me mudado pra BH. Desde então foram muitas alegrias e excelentes amizades, daquelas de guardar no lado esquerdo do peito.

As saídas a campo eram verdadeiras aulas onde aprendi muito, seja na arte de fotografar as aves, seja na biologia das mesmas.

Só tenho a agradecer e assim o faço, publicamente aqui. E apesar da distância que agora nos separa, serei sempre um ecoaviano de coração.


Muito obrigado, amigos ecoavianos!


Excursão da Ecoavis a Santo Antônio do Monte/MG, onde conheci os grandes amigos santoantoniensis


Wagner Nogueira, eu e Gustavo Pedersoli, durante Avistar 2013 - Ecoavis sempre presente

Durante workshop com o Prof. Quental, onde conheci a Diretoria da Ecoavis



Durante excursão da Ecoavis à serra do Cipó



Último evento antes de me mudar pro Rio, excursão da Ecoavis à Rio Piracicaba/MG, minha querida terrinha

sábado, 23 de novembro de 2013

Pantanal, lugar de muitos e mansos bichos


Ave amigos!

O Pantanal, além de ser um lugar com altíssima densidade populacional animal, proporciona ótima aproximação da vida selvagem.

Aves normalmente muito ariscas, como este falcão-de-coleira, permitem que o fotógrafo chegue bem perto - principalmente se você estiver dentro de um carro.

Foto sem crop ( Canon 60D/420 mm)



Do barco também somos apenas mais alguns dos seres vivos(mais vivos que nunca!) que compõem a paisagem.

E a história se repete, aves que conhecemos ariscas, tornam-se mansas, parecendo refletir o vai-e-vem das águas do Pantanal.

O martim e o socó que o digam.

Martim-pescador-grande


Socó-boi



Um bom exemplo de quando eu digo "altíssima densidade populacional animal" podemos ver no vídeo abaixo.

Estava filmando um cervo-do-pantanal de cima de uma torre altíssima(como cinegrafista, de vez em quando tiro umas boas fotos).

A área é vastíssima, mas mesmo assim, no pequeno quadro da superzoom, o que acaba me aparecendo...





Finalizo agradecendo ao amigo e excepcional guia, Geiser Trivelato, pelo grande trabalho realizado nesta viagem ao Pantanal. Agradeço-o também por permitir a exposição de sua imagem neste vídeo.

Ótimo final de semana a todos!!!















quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Araponga de Iporanga

Iporanga é uma cidade paulista que, até encontrarem um certo ninho, era conhecida por abrigar o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira - PETAR - famoso principalmente por suas cavernas e também por fazer parte do maior continuum do que sobrou da Mata Atlântica.

Iporanga se tornou famosa também para os observadores de aves quando um casal de gaviões-de-penacho resolveu fazer ninho numa fazenda(rebatizada Fazenda Gavião-de-penacho rsrs). Tudo muito bem relatado por diversos autores no site http://www.virtude-ag.com/

Mas o famoso ninho foi somente um abre-alas. Quem foi em Iporanga sabe do que estou falando. E quem não foi... não precisa aguardar outra nidificação do ornatus para conferir.

Vamos falar de uma, dentre tantas atrações iporanguenses, que por si só vale toda a viagem.

Refiro-me à incrível araponga, ave vulnerável à extinção, muito devido à sua extraordinária vocalização, que a torna alvo do egoísmo humano.

Além disto é uma ave belíssima, como vocês podem conferir neste registro que fiz lá:



Bem próximo à portaria do PETAR, que se acessa pelo bairro da Serra, há um mirante onde se descortina uma paisagem deslumbrante.

O relevo montanhoso, a exuberante Mata Atlântica local e a rica avifauna formam as condições ideais para tornar este mirante um dos melhores pontos de observação do Brasil.

Neste aprazível local a copa das árvores emergentes fica rente aos olhos. Até aí, nenhuma novidade.

O que torna este mirante especial é que há um poleiro de araponga no local.

 As arapongas possuem território fixo e costumam usar sempre os mesmos poleiros, geralmente em árvores emergentes e em locais de difícil acesso, o que torna este mirante um local especial para observar esta incrível ave em plena ação, vejam(lente 300 mm + TC 1,4x):






Mas não é só. Durante o curto período que ficamos no mirante ainda registramos o tucano-de-bico-verde e um bando das ariscas maitacas-verdes bem de perto. Bem próximo ao mirante também pude registrar um casal do belo e raro sabiá-cica se alimentando.


Bando de maitaca-verde



Sabiá-cica se alimentando


Outra ave magnífica que costuma frequentar as árvores próximas ao mirante, mas que não tivemos sorte de encontrá-la, é o araçari-poca.

Bem pessoal, são inúmeras razões para que Iporanga seja um destino obrigatório para birders. E sem dúvida o mirante da araponga é uma atração imperdível.

Mas vale entrar em contato antes com o Júnior Petar, autoridade ornitológica local(http://www.birdsiporanga.com), para se informar, por exemplo, se as arapongas estão lá, já que esta espécie é migratória.





segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pantanal, em capítulos



Ahhh, o Pantanal...

Se você ainda não conhece, coloque-o na sua lista de prioridades.

A pujança de vida a brotar das poças, das árvores, do chão, do ar, enfim, de todos os lugares, ininterruptamente, torna aquele lugar um verdadeiro Éden para a contemplação da rica fauna neotropical.


Desde os tempos daquelas figurinhas recheadas de guloseimas, o Pantanal era um grande sonho.

Ainda me lembro do sucesso que o álbum do Pantanal fazia entre a garotada. Digo isto porque creio que, se bem explorado, o Pantanal poderia ser um destino também para nós brasileiros. 

Ficamos em várias pousadas e lembro-me de ter encontrado pouquíssimos compatriotas em meio a uma legião de estrangeiros. 

Entre eles nada menos que Haroldo Palo Jr. e Lawrence Wahba - que, com simpatia, me contou que estava apresentando o Pantanal a seu filho, contou também que bem próximo à pousada que estávamos quase filmou uma onça-pintada caçando uma capivara.(falaremos futuramente da onça-pintada, personagem principal do Pantanal) 

Bem amigos, creio que, assim como as figurinhas despertaram o interesse de quase toda uma geração, nós, fotógrafos da natureza, amadores ou profissionais, podemos despertar o interesse das pessoas em conhecer e preservar, à medida que apresentamos as maravilhas daquele lugar fantástico, nas inúmeras formas de comunicação que atualmente dispomos.


Voltaremos àquele lugar mágico, em capítulos que reviverão os momentos mais marcantes desta que certamente foi a maior expedição da minha vida.


 Ave que rapina

Conforme o professor Google, rapina é "ato de roubar arrebatando, de tomar, de pegar com violência(uma presa)".
A sequencia abaixo é uma tentativa do gavião-belo de fazer jus ao seu nobre título de ave de rapina. Grupo de aves que desde os primórdios desperta grande admiração na raça humana.

Este foi um dos flagrantes mais legais da viagem:

O gavião-belo tentava rapinar o pescado da garça-moura - a maior garça brasileira - precipitando-se contra ela


A garça astuciosamente mergulhava a cabeça quando o rapinante se preparava para o bote


Após inúmeras tentativas o rapinante desistiu e a grande garça parece que fez até pose com seu merecido troféu



PS: No site da Virtude tem ótimas dicas e relatos sobre o Pantanal: http://virtude-ag.com/