terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Uiraçu, verdadeiro ou falso

Ave amigos!

Conforme havia dito, dando continuidade ao relato amazônico, conto hoje um dos causos do Cristalino.
Esta história deu o que falar...

O único registro de um uiraçu realizado nesta viagem foi feito pelo grande Bruno Boni, que gentilmente cedeu a foto original para este blog.

Estávamos na torre nova. O Olivier e eu na plataforma de 50 metros, o Bruno e o Quental na de 40.

Quando de relance vi um bicho grande voando entre as copas, bem longe. Comentei com o Olivier o que tinha visto e que pelo tamanho, pela cor e pelo hábito, poderia ser uma harpia, o uiraçu dos nossos índios.

A distância e a velocidade do ocorrido impossibilitava qualquer conclusão, seria só uma vaga história com o poder de empolgar somente a este harpiófilo. Mas aí entra o poder da máquina de eternizar momentos.

O Bruno, atento e persistente observador, flagrou quando uma grande ave pousou numa árvore a grande distância. Apesar de seus mais de 1000 mm de equipamento, o bicho estava tão longe que imaginou que fosse um urubu. Mas ele fez a coisa certa, deu aquele "disparo de segurança", e aí meus caros, a coisa mudou de figura.

De um relance, que pouco tempo depois se apagaria da memória, temos agora um documento, que apresento para a conclusão dos amigos leitores:



Compartilhei a foto com especialistas(não a foto acima, que é a original, mas a mesma foto cropada e trabalhada pelo Bruno), que foram quase unânimes em afirmar ser o uiraçu-falso, o Morphnus guianensis.

Particularmente quando o Bruno me mostrou a foto, tanto na câmera, quanto a cropada, tive quase certeza se tratar do uiraçu, mas confesso que vendo a foto acima... sei não...
Verdadeiramente? Acho agora que é o falso.

E o que os amigos acham? Verdadeiro ou falso?



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Aves do JB Parte V

Após um mês da overdose amazônica, o espírito já estava pedindo mato e lá fui eu pro bom e velho Jardim Botânico.
Mas desta vez com um olhar um pouco diferente, pois neste domingo guiarei o Eduardo Franco e dois amigos que virão pro AvistarRio.
A ideia era ver como algumas velhas conhecidas respondiam ao playback e tentar achar plantas que pudessem atrair aves, com flores ou frutos. Até achei muitas floridas, mas sem movimento, talvez pelo avançar da hora, pois assim que cheguei dei preferência à trilha da Mata Atlântica.
E valeu a pena, a trilha estava quente!

Encontrei com o Sr. Ronaldo(aliás sempre o encontro por lá), um especialista em ninhos, que gentilmente questionou meu sumiço. Explicava-lhe o lance da Amazônia, quando me pousa um tiê-do-mato-grosso, com alimento no bico, do lado da trilha(algo raro). O Sr. Ronaldo, que é o diretor da maternidade do JB, disse-me que estavam fazendo ninho próximo à trilha.
Despedi-me dele dizendo que ia ficar por ali então pra ver se conseguia uma foto decente desta interessante e esquiva ave.
Enquanto isso resolvi ver como a choquinha-de-peito-pintado estava respondendo ao playback, já que apesar de vocalizar bastante, nem sempre está receptiva.
O resultado foi satisfatório, mesmo usando muito pouco o playback, como de costume.

Choquinha-de-peito-pintado respondendo ao playback
Ótima notícia para os amigos


Enquanto continuava ali esperando uma melhor chance com o tiê, a sempre presente choquinha-de-flanco-branco deu uma rara chance de foto.

Tinha acabado de pegar um inseto, só assim a choquinha-de-flanco-branco posa pra fotos


Com um pouquinho de paciência o tiê deu as caras e consegui melhor registrar a espécie:





Resolvi então ver outro morador da área, o cuspidor-de-máscara-preta, que é outro que é meio "de lua" e nem sempre responde muito bem ao playback.
Aliás há muito tempo não usava playback com essas espécies, na verdade nunca fui de usar muito o playback e quando uso, tento o mínimo possível. O encontro casual é mais emocionante. A não ser que esteja procurando especificamente uma espécie, então o playback se torna indispensável.

O cuspidor-de-máscara-preta respondeu como nunca
Espero que semana que vem ele continue assim



Já com o eloquente pintadinho não tem tempo ruim
Com um pouco de paciência ele sai da brenha


Depois de verificar que os bichos da trilha estavam bem receptivos, fui dar uma volta no arboreto(que é a parte do JB onde se encontram os jardins, chafarizes etc), e encontrei a belíssima choca-listrada num bambuzal.
Esta espécie é daquelas que não adianta playback, ela até responde mas não desce e fica mais irriquieta do que de costume(pelo menos as do JB). Neste caso era um casal forrageando que deu um certo mole e consegui registros mais próximos do que eu sempre quis.






E já na saída, por volta das 11 horas, encontrei o recém-chegado tucanuçu numa árvore à beira da rua.
Mais um invasor que pelo menos empresta belas formas e cores à cidade.




Outros bichos vistos/ouvidos: tempera-viola, garrinchão-de-bico-grande, mariquita, saíra-ferrugem, coleirinho, tucano-de-bico-preto, tiriba-de-testa-vermelha, saíra-sete-cores, saracura-do-mato, gavião-de-cauda-curta eta(que é o etc de aves).

E fotografados:

Beija-flor-de-fronte-violeta, sempre presente

Espécie exótica, originária da África, o bico-de-lacre se deu muito bem aqui 

Então Edu e demais amigos, o Jardim está quente, literalmente também, heim?! Então roupas leves como bermuda e camiseta são bem vindas, é bom lembrar.
E como neste final de semana acontecerá o AvistarRio, fica o convite para todos visitantes da feira: o Jardim Botânico, seja pela segurança, seja pela proximidade do evento, seja pelas belas aves, é uma ótima opção para uma descontraída passarinhada na cidade maravilhosa.