quarta-feira, 29 de março de 2017

Você no Terra da Gente

Ave amigos!

Atendendo à sugestão da amiga Claudia Komesu, entrei em contato com o pessoal da EPTV, famosa afiliada da Rede Globo que produz documentários de natureza para o Globo Repórter, e coloquei minhas fotos à disposição para serem exibidas no "Você no Terra da Gente", dentro do G1. Aliás, trabalho digno de aplausos por divulgar, e consequentemente, conscientizar as pessoas quanto à importância de preservarmos nossa natureza, além, é claro, de disponibilizar um espaço muito bacana para que qualquer observador de aves exponha seu "trabalho".

Plagiando o post que a Claudia fez, seguem as perguntas e respostas (trocadas por e-mail). Logo após, os links que mostram como acabou saindo a reportagem.

Qual seu nome completo? João Sérgio Barros Freitas de Souza
-Quantos anos você tem? 40
-Onde você nasceu? Rio Piracicaba/MG
-Onde você mora atualmente? Rio de Janeiro/RJ
-Qual a sua formação? Direito
-Você trabalha com o que atualmente? Servidor Público 
-Há quanto tempo observa aves? 30 anos
-Quando e como começou a sua relação com a natureza? Desde que me conheço por gente gosto da natureza, apaixonei-me pelas aves de rapina quando tinha uns 10 anos, quando conheci a harpia, não me lembro exatamente como, mas provavelmente através de alguma fotografia.
-Quando começou a fotografar aves? E por qual motivo? Comecei a fotografar aves quando conheci o Wikiaves (um dos maiores sites de monitoramento voluntário de aves do mundo), há mais de sete anos, com o intuito de colaborar com a ornitologia brasileira.
-Com que frequência você fotografa? Sempre que posso e, importante dizer, sempre com o apoio fundamental de minha família, principalmente da minha esposa Janine e do meu filho João Miguel (que entende a outra paixão do pai) e muitas vezes também do meu tio e compadre Roger, o Tigó(que também me deu minha primeira câmera). Este ano já fotografei na região de Manaus/AM, na minha querida cidade natal, Rio Piracicaba/MG e a última vez foi no começo desse mês, em Abadiânia/GO, onde pude registrar pela primeira vez (no Wikiaves) seis espécies para o município, como o garrinchão-pai-avô, a patativa e a campainha-azul (uma das mais belas espécies do Cerrado, quase ameaçada de extinção).
-Onde você costuma ir para fotografar? Gosto muito da serra da Canastra e de Manaus, já fui umas seis ou sete vezes fotografar nesses lugares, mas procuro conhecer lugares novos para registrar espécies novas e endêmicas.
-Quantas espécies você já fotografou? 954 espécies
-Você poderia explicar o seu fascínio pela aves de rapina? Já me perguntaram isso e acho q a melhor resposta que dei foi: não sei rs quando me apaixonei era tão novo que acho que é algo inato. Mas depois, tentando descobrir o porquê, pensei talvez que possa ter originado num temor reverencial atávico, quando ainda éramos suas presas.
-Para você, qual é a importância de fotografar e observar aves? Essa pergunta comporta um textão rs mas tentarei ser breve. Para mim é fundamental, não vejo minha vida sem a comunhão com a natureza que a fotografia de aves me proporciona. Moro numa cidade grande e vivi até os 18 anos numa cidade pequena, cercada de verde, então quando vou a campo sinto-me em meu habitat. Além é claro da emoção da "caçada". Costumo dizer que podemos fazer, a grosso modo, uma analogia entre a fotografia de aves e uma caçada: o alvo é a ave e o tiro certeiro se perfaz quando conseguimos focá-la, eternizando-a, em vez do seu aniquilamento. Outro ponto importantíssimo são as ótimas amizades que fazemos no meio. É difícil achar um "mais ou menos" heim?!rs
-De todos os seus registros feitos até hoje, você tem algum favorito? Qual?  Você poderia compartilhar a história com a gente? Graças a Deus foram muitos registros legais envoltos em histórias especiais, poderia citar facilmente pelo menos uma dezena, mas para não me delongar demais citarei brevemente três: o gavião-de-penacho de Iporanga/SP que fizemos num insano bate-e-volta. Eu e o Gabriel Mello saímos de madrugada daqui do Rio e chegamos cerca de onze horas da noite no nosso destino, madrugamos novamente no dia seguinte, ficamos o dia inteiro fotografando uma grande fêmea e seu filhote no ninho e no dia seguinte partimos de volta. Apesar da certeza do ninho, tivemos muita sorte, pois após uma pancada de chuva a fêmea pousou num galho totalmente exposto e mais próximo do ponto de observação, com uma luz perfeita, permanecendo ali por um bom tempo, secando sua plumagem. E como não poderia ser diferente, os meus dois encontros com a harpia têm um significado especial para mim. O primeiro fiquei dez horas pendurado a 20 metros de altura numa pequena plataforma sobre uma árvore para conviver na intimidade do lar da mais poderosa águia do mundo, na Amazônia. E o segundo também foi a realização de outro antigo sonho, encontrar uma harpia na Mata Atlântica e com o "plus" da surpresa de um encontro sem a previsão de um ninho, graças à competência do nosso guia, o Justiniano Magnano.