No capítulo anterior, alguém poderia achar que fui contraditório, ao falar sobre fotografia de aves em trilhas.
Mas o Cristalino Eco Lodge disponibiliza trilhas que fogem um pouco à regra amazônica.
Devido à variedade de ambientes(o que também favorece a grande biodiversidade local), podemos encontrar trilhas mais abertas nos 12000 hectares da RPPN.
O "Limão" é um desses lugares(já falamos dele na terceira parte deste relato), tem também a ilha dos bacuraus e a ilha do anambé-preto, mas sem dúvida a trilha que se destaca neste aspecto é a da Serra.
À medida que subimos a "serra"(há um certo exagero, morro seria mais condizente com a modesta elevação) a vegetação se torna mais esparsa, com afloramentos rochosos e árvores de menor porte se comparadas às gigantes da "planície".
Não falta luz, nem passarinhos.
Mas na altura dos olhos como nas torres... muito difícil, só o macuru-de-testa-branca "deu esse mole".
Mas na altura dos olhos como nas torres... muito difícil, só o macuru-de-testa-branca "deu esse mole".
Aliás, o destaque desta trilha são os curiosos representantes da família dos buconídeos, que, diga-se de passagem, sou fã.
Casal de macurus-de-testa-branca Graças ao terreno acidentado, ficou à altura dos olhos |
E embora as árvores fossem relativamente menores, ainda assim eram altas; o Bruno até fez uma feliz analogia, comparando a vegetação no alto da serra com a da Mata Atlântica, porém, acrescento, sem as epífitas que dão o charme a esta última.
E os buconídeos daquela região são "de copa', então as fotos acabam deixando a desejar... A desejar uma torre ali também.
Rapazinho-estriado-do-leste, a distância impediu um registro à altura de sua excêntrica beleza |
Mas a grande atração desta trilha foi o raro rapazinho-carijó.
Particularmente só soube da nobreza do rapaz quando nosso guia neste dia, o canadense Olivier, virou brasileiro.
Particularmente só soube da nobreza do rapaz quando nosso guia neste dia, o canadense Olivier, virou brasileiro.
Explico: encontrei um buconídeo numa árvore seca praticamente acima de nossas cabeças, então pedi para o Olivier que o identificasse pra gente.
Quando o até então comedido guia identificou o bicho... vocês precisavam ver a euforia que tomou conta dele! Chamei os companheiros que ficaram um pouco para trás: "Pessoal, encontrei um bicho que deve ser f.! Precisam ver como o Olivier tá alterado!" Não tem como não rir relembrando este momento.
Eu e o Bruno nos embrenhamos no que parecia ser uma plantação de abacaxi(é meus caros, é a tal da biodiversidade amazônica). Ignoramos os espinhos em busca do melhor ângulo, e o resultado acabou ficando satisfatório:
Rapazinho-carijó, uma das aves favoritas do Oliveira |
Teve mobbing: suiriri nervoso com o benedito.
Já flagrei suiriri atacando bilro, não sei o que eles têm contra pica-paus |
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