Este torom e o piu-piu estão entre as espécies da Caatinga mais difíceis de fotografar(e junto com o soldadinho formavam o Top 3 desta viagem). Em Caetité/BA, eu e meu brother, o Wagner Nogueira, ouvimos ambas, mas mesmo usando a técnica de atração por playback, sequer vimos a sombra dos bichos.
À medida que subíamos a Chapada, a exuberante Mata Atlântica ia se encabrunhando até que adentramos uma estrada de terra na área da Fazenda Pau d'Arco, ali iríamos tentar torar o torom.
O Jefferson na dura missão de me apresentar o torom-do-nordeste |
Na primeira tentativa não obtivemos êxito, o bicho até que respondeu ao playback, consegui até colocar os olhos nele, mesmo que de relance, entre a tranqueira, mas impossível alguma foto e ele se mandou.
Partimos para outro indivíduo, outro território, simulamos um intruso e este foi mais valente, se mostrou um pouco mais, o suficiente para conseguir registrar esse fantasminha do Nordeste.
Foi demais ver meu primeiro Hylopezus, gênero muito interessante de pequenas e tímidas aves terrícolas. Foi demais ver seus interessantes trejeitos, seu canto, enfim, um encantador convívio, mesmo que por um breve momento, que pôde ser eternizado na forma de mais um Lifer, um Top Lifer.
Com tanta tranqueira na frente, só no foco manual mesmo |
A foto original, para vocês terem ideia da dificuldade Distância focal: 600 mm |
Mais uma aparição do festejado fantasminha |
Enquanto estávamos "à caça" do torom, um Lifer deu o maior mole, forrageando tão próximo que mal consegui focá-lo.
Choca-do-planalto(Thamnophilus pelzelni) procurando alimento |
As necessidades básicas fazem todos suplantarem o medo |
Sakesphorus cristatus |
O Jefferson, com sua experiência, me disse que na época das chuvas é mais fácil fotografar o torom-do-nordeste e estávamos no auge da seca, aliás uma seca que o Jefferson me disse que nunca havia visto igual.
Estávamos ainda na Chapada, onde o verde resiste graças a algum capricho da natureza e há Mata Atlântica com grandes árvores, protegida por uma FLONA, mas depois da parada, quando continuamos viagem descendo a Chapada, deixamos o Carrascal e entramos na Caatinga propriamente dita. Lá os efeitos da grande seca eram bem visíveis na vegetação completamente composta de galhos esturricados.
Assim terminou o primeiro grande dia desta viagem, com dois dos objetivos principais realizados!
Foi um primeiro grande dia e nem mesmo a notícia de que a água estava imprópria para banho conseguiu afetar minha felicidade.
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