Assim surgiu essa sensacional excursão à cidade mais fria do Brasil, Urupema, na serra catarinense, onde milhares da espécie mais bonita de papagaio do Brasil (na minha opinião, claro) se reúnem na mata de araucária que predomina na região.
Lamentavelmente, a araucária, único pinheiro brasileiro, encontra-se em perigo crítico de extinção, restando somente 3% de sua área de ocorrência original.
O Fernando Farias, nosso excelente guia que já havia me guiado em 2016, nos contou que com a devastação das araucárias do RS os papagaios começaram a aparecer em massa na serra catarinense. Desde a década de 90, durante a safra do pinhão, a região de Urupema é o principal destino de praticamente toda a população existente do charão. Estima-se 18 mil aves!
Certamente a diminuição dessa importante fonte de alimento afetou a população do papagaio-charão (Amazona pretrei), que atualmente encontra-se vulnerável à extinção.
O pinhão e o charão possuem uma relação íntima e ancestral.
Preservando a araucária, preservamos o papagaio-charão |
A quantidade de charões é muito, mas muito maior que a de peitos-roxo |
Aos milhares, por toda parte, reúnem-se em sonoras revoadas conclamando o fim do dia |
Os papagaios são aves muito inteligentes, a vida em sociedade desenvolve habilidades. Também são muito ariscos, nossa reputação é péssima.
Não é fácil vencer a desconfiança de um bicho com alta percepção, excelente camuflagem e uma grande capacidade de comunicação.
A despeito da grande quantidade, aproximar-se deles é difícil. Não pense que fotografá-los é molezinha...
A camuflagem deles é perfeita (como tudo na Natureza) Há dois papagaios focados nessa cena |
Bastava um alerta para uma explosão de charão!
Relembrando a Canastra do Abdala, mais uma vez a chuva foi uma aliada.
Creio que graças a ela, e da sorte, claro, conseguimos um registro de um papagaio-charão se alimentando relativamente próximo do chalé onde estávamos.
Registrá-los em voo também é um grande desafio.
Eles passam sempre em altíssima velocidade, o dia tem que estar ensolarado (o que no nosso caso durou alguns minutos) e exige técnica e domínio do equipamento. Mas quando dá certo, captamos algo impossível de ser visto se não fosse a magia da fotografia.
Mostrando o seu(?) lado sombra |
Isso me soa tão familiar... |
A Clarinha exclamou, "enfeites de Natal!" |
Eu e os amigos Bruno Dinucci e Fernando Farias na Cachoeira que Congela |
Bem amigos, espero que tenham gostado do Festival do Papagaio-charão. Claro que nada substitui vivenciá-lo, mas essa é a minha contribuição para aqueles que não podem ir e, para quem pode, espero que seja um incentivo.
Essa ave é uma pintura, longa vida ao Charão, à floresta de Araucárias e à linda Serra de Santa Catarina! E parabéns pelo blog, muito bem escrito como sempre, abs!
ResponderExcluirObrigado!
Excluir