Ave amigos!
Como já predizia, grandes forças da natureza modificam a
paisagem do PARNA, provocando perigosas e até mesmo fatais armadilhas.
No que toca ao bicho-homem, não raramente vemos carros
atolados na areia, mesmo de nativos acostumados com o lugar. Como os fortes
ventos transportam a areia incessantemente, um caminho que ontem era seguro,
hoje pode virar uma terrível armadilha. Pudemos testemunhar e até ajudar num
caso de atolamento de uma picape de um nativo, graças à generosidade e perícia
de nosso motorista de então, o Oseas.
De um dia pro outro aparecem verdadeiros quebra-molas
naturais na praia sem fim que dá acesso à Barra. Tal praia funciona como estrada para jipeiros,
locais e até birders, que apesar de minoria, vem transformando o PARNA num
local obrigatório para observação, principalmente de espécies migratórias.
Mas naturalmente nosso foco são outros bichos, os de penas,
e hoje também falaremos dos de escamas.
O maior point dos emplumados na Lagoa do Peixe é a Barra,
local auspicioso onde a lagoa se encontra com o mar.
No vai e vem das águas, ditado pelas marés, flagramos uma
grande quantidade de peixes, entre moribundos e mortos, numa grande poça criada com o recuo das águas
que ligam a lagoa ao mar.
Perguntávamos o porquê de não haver nenhum bicho se alimentando daqueles peixes Mas poucas horas depois carcarás já se banqueteavam |
Tal situação comprovaria, mais uma vez, o que testemunhamos
na véspera, ali mesmo, na Barra. Essa Lagoa só podia ser do Peixe mesmo... com tantos predadores ainda inúmeros morriam naquela triste, mas natural cena.
No dia anterior flagramos o que talvez seja o maior frenesi alimentar que já presenciei,
um grande espetáculo natural! Incontáveis biguás capturavam com extrema
facilidade os peixes que deveriam disputar espaço nas águas rasas da Barra.
Gaivotas sobrevoavam os biguás rapinando-lhes o pescado. Algumas pescavam por
conta própria, para tanto bastavam mergulhar seus bicos, em pleno voo, e pinçar
os que estavam sob a flor d’água, mas eram a exceção, a maioria preferia
furtar os biguás que, devido à abundância de peixes, ignoravam as gaivotas e
continuavam o fácil banquete.
De dentro do carro mesmo fiz alguns registros, mas a cena
era tão espetacular (e pedia uma distância focal menor para captar melhor a grandiosidade daquela visão) que preferi somente observar, embasbacado.
A lente fixa de grande distância focal às vezes nos engessa |
Biguás em revoada |
No dia seguinte ao frenesi a concentração de biguás era surpreendente |
A abundância (tanto de aves, quanto de azul) da Barra da Lagoa do Peixe proporciona belas imagens:
A Barra talvez seja o melhor lugar para observar flamingos-chilenos no Brasil |
Os belíssimos flamingos-chilenos são atração à parte |
Pescadores nativos, que já viviam ali antes da criação do PARNA, ainda podem se beneficiar de sua abundância |
Rynchops niger |
Bem amigos, é isso, a Barra é tudo isso e muito mais! Espero que esse breve relato sirva de convite para quem ainda não teve o prazer de vivenciar este lugar fantástico.
Sensacionais essas fotos João e o relato também. Realmente deve ser emocionante flagrar esse bichinhos se alimentando e voando. Parabéns meu amigo. Abs.
ResponderExcluirMuito obrigado grande José!
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