sábado, 7 de novembro de 2015

No coração da Amazônia, segunda parte

No segundo dia eu e o Marcelo partimos para um parque em Presidente Figueiredo mesmo, enquanto o Tavinho e a Sica preferiram passarinhar na área do hotel. Afinal era lá que tinha um ponto conhecido e muito acessível do sensacional beija-flor-brilho-de-fogo, um dos objetivos do Tavinho, além de ter bastantes caboclinhos-de-peito-castanho, outro passarinho bem legal que o Tavinho tava doido pra fotografar.

Como sempre, partimos cedo. No meio da estrada de terra que dava acesso à BR encontramos um belíssimo gavião-branco se alimentando de um minhocuçu. Sempre quis encontrar esse gavião, uma pena que as condições de luz ainda não estavam boas, o dia alvorecia.

O gavião voou até este tronco(?) e continuou seu desjejum

Depois de começar o dia com o pé direito, chegamos ao parque e como não podia ser diferente, o local estava sentindo os efeitos da seca prolongada também. Aliás eu estava torcendo para chover desde quando o Marcelo tinha me falado da seca e das queimadas na região. E mais uma vez o movimento na floresta parecia estar aquém de um dia típico de primavera na Amazônia. Mas mesmo assim consegui algumas fotos legais de lifers.

Papa-moscas-uirapuru
Arapaçu-pardo
Formigueiro-de-hellmayr


Digno de menção também foi o beija-flor-de-bochecha-azul fazendo ninho que o Marcelo achou, ele me contou que este beija-flor chega e sai do ninho de um jeito bem diferente, mimetizando uma folha caindo na floresta, fato que pude apreciar mas infelizmente não consegui registrar. Ele sai do ninho com as penas da cauda abertas e com um bater descompassado das asas, muito diferente e legal mesmo!

O beija-flor e seu ninho


Os lifers do Parque Municipal da Cachoeira das Orquídeas: limpa-folha-de-sobre-ruivo, fruxu-do-carrasco, arapaçus rabudo, assobiador e pardo, papa-moscas-uirapuru, bico-chato-de-rabo-vermelho, joão-tenenem-castanho, choca-bate-cabo, choquinha-de-garganta-cinza, formigueiro-de-hellmayr.

No dia seguinte iríamos ao Ariaú, mas a seca impediu que chegássemos ao hotel, já que a única forma viável de chegar até lá era pelo rio Ariaú que se encontrava bem abaixo do normal. Então arriscamos uma fruteira em Manacapuru, mas não tivemos muita sorte, pois as frutas já estavam acabando e o movimento deixou a desejar. Mas como estávamos na Amazônia, lifers sempre pintam.

Maria-te-viu


Suiriri-de-garganta-rajada

Periquito-de-asa-dourada
Os esperados uirapuru-de-cabeça-azul e cabeça-dourada não apareceram, ou melhor, só uma fêmea do cabeça-dourada que mesmo assim não rendeu boas fotos.

Voltamos para Manaus e no dia seguinte novamente à torre. Foi o pior dia lá, nenhum lifer, nenhuma foto legal, um silêncio mortal. Também nenhuma gota de chuva até então, porém nuvens pesadas se avizinhavam. E parecia que ia chuver forte! Então nosso guia pediu para nos apressarmos e com as malas prontas no carro partimos para Novo Airão, terra do incrível rabo-de-arame.

Fumaça vista da torre


No caminho uma copiosa chuva nos apanhou.
Será que as aves apareceriam na torre no derradeiro dia? Que aquela fumaça infernal se dissiparia? Que a chuva seria o suficiente para apagar as queimadas?
Nunca uma chuva havia me deixado tão feliz.

4 comentários:

  1. Que baita coleção de especialidades. Show, João!

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  2. Realmente uma coleção de especialidades, como diz o mestre Fernando!
    Tudo show!! Belos relatos... Invejáveis momentos que todos deveríamos viver... Mas cada um de nós tem o dia da grande viagem à Amazônia, sem escapar desse presente!
    Parabéns mais uma vez, João!!

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