terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Parque Estadual do Espinilho, segunda parte

Ave amigos!

Como já dito, o Espinilho é praticamente o último refúgio de espécies típicas desse ecossistema incrível no Brasil e a ave que podemos considerar como bandeira do Parque é o ameaçadíssimo cardeal-amarelo (Gubernatrix cristata). 

Ao que tudo indica, o Parque Estadual do Espinilho é o último refúgio brasileiro dessa linda espécie que já chegou a sumir do nosso país devido à destruição do habitat e ao tráfico de animais silvestres.

E como temos que percorrer grande parte do Parque para adentrarmos em seu território, no caminho ouvidos e olhos atentos para tudo que pia, voa, caminha ou empoleira.

Foto: Bruno Dinucci




O primeiro lifer que pintou foi a linda pomba-do-orvalho (Patagioenas maculosa), espécie comum no RS.





Na sequência, outro lifer que no Brasil praticamente só é encontrado em terras gaúchas. 

Do mesmo gênero de cantores famosos, como nosso trinca-ferro, o bico-duro (Saltator aurantiirostris) canta muito também e assim como a pomba-do-orvalho, é comum naquelas bandas.






O próximo lifer foi o mais tinhoso da viagem. 

Apesar de tê-lo encontrado em vários pontos, tanto no Parque Estadual do Espinilho, quanto em Iberá, o lenheiro (Asthenes baeri) nos deu um baile. 

Esse é lenha heim...





Continuando adentrando o Parque, a próxima novidade (e muito aguardada) foi o maior representante da família Furnariidae.

O imponente coperete (Pseudoseisura lophotes), diferentemente do seu parente lenheiro, já colabora para nós, fotógrafos.



Resolvi "brincar" um pouco no photoshop, espero que curtam também

Curiosa diferença dos bicos desse casal


Nesse primeiro dia demos muita sorte, o tempo estava nublado, em tempos de uma seca severa que o estado gaúcho ainda está passando. 

Foi bem mais tranquilo que no segundo dia com um sol escaldante e as temperaturas na casa dos quarenta graus!


O próximo passarinho encontrado era lifer pro Bruno. 

Geralmente bastante irriquieto, esse indivíduo do balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola) facilitou bastante, ficando alguns segundos parado. Aproveitei para registrá-lo também, gosto bastante dessa sp.

Estão sempre pulando de galho em galho, incessantemente procurando alimento




Outro furnarídeo que curto bastante e que pintou foi o arapaçu-do-cerrado.

Lepidocolaptes angustirostris



Chegamos num ponto onde os "espinilhos" se concentravam, ficando até parecido com uma capoeira. O Mauricio então indicou, tentem o arredio (Cranioleuca pyrrhophia) aí. 

O Maurício conhece o Parque como a palma da mão, mais um lifer certeiro

Passarinhada no Espinilho é assim, um festival de lifers!

E o próximo era um muito aguardado.


Tem umas fotos do bico-reto-azul... que é daquelas de dar a famosa inveja boa.

Quando o bicho é bonito demais, a vontade de fazer foto boa aumenta muito. 

A felicidade foi grande ao detectarmos um macho no alto de um "espinilho", aliás todas as vezes que encontramos essa espécie foi da mesma maneira. Eles curtem ficar observando o território de um poleiro alto. 







Nesse primeiro dia, sem sol, o bico-reto-azul não demorou pra sumir. No dia seguinte, o sol que castigava também deixava o bicho mais vivo, e pra nossa sorte ele ficou bem mais tempo e com direito àquelas peripécias típicas dos beija-flores.










Foi uma primeira manhã sensacional e olha que nem vimos o cardeal-amarelo heim!

Depois de um bom churrasco gaúcho e daquela sesta obrigatória, nosso destino foi outro, a histórica estância São Pedro, uma daquelas fazendas gigantes, com 17 mil hectares!

A entrada só é permitida com o pessoal do Parque, que muito gentilmente nos levou até o ponto de um dos furnarídeos mais tops na minha opinião (e daqueles que só encontramos no Espinilho), o corredor-crestudo (Coryphistera alaudina).

Raríssimo no Brasil, foi muito bom encontrá-lo nidificando dentro de uma fazenda. 

Tivemos inclusive a grata surpresa de reencontrar o excelente guia e fotógrafo, o amigo Fernando Farias, que por lá estava trabalhando. O Fernando foi o primeiro a detectar o corredor-crestudo e também o ninho (por sinal bem escondido). 

Depois nos reencontramos em Iberá, onde o Fernando nos passou dicas preciosas. Só tenho a agradecer a esse amigo que admiro muito, verdadeiro expoente da ornitologia e da fotografia de aves, e o principal, gente boa demais da conta!

Fazendo jus ao nome












E fechando esse primeiro inolvidável dia, mais um furnarídeo dos mais aguardados e também dos mais tops.


Arapaçu-platino (Drymornis bridgesii)







Encerro essa parte mais uma vez agradecendo ao grande Maurício Scherer, gestor do Parque, que nos guiou nesse primeiro dia sensacional!

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