quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cristalino, um paraíso amazônico Parte IV


Ave amigos!

A partir de agora vamos falar das três principais opções oferecidas pelo Cristalino Eco Lodge para fotografar as aves da Amazônia: as torres de observação, as trilhas e os passeios de barco.


Cristalino Eco Lodge, eleito pela National Geographic um dos melhores hotéis de selva do mundo
Foto: Otacílio Tiago

A floresta amazônica é caracterizada pelo grande porte das árvores - as emergentes alcançam mais de 50 metros de altura - e por ser estratificada. 
Ao fato dos bichos de sub-bosque serem muito ariscos, soma-se a pouquíssima quantidade de luz que os estratos superiores permitem passar, o que torna a fotografia no chão da floresta uma tarefa árdua.
E tente fotografar um passarinho pousado no 13º andar de um edifício, no contraluz! Se acha moleza, então coloque um monte de galhos, folhas e cipós na frente.
Meu amigo... impossível fazer outro tipo de foto que não seja no estilo "lifer é lifer".

A solução que os hotéis voltados para o birdwatching acharam para tantas dificuldades foi a construção de torres de observação.
Tais torres alcançam a copa das árvores, onde justamente vive a grande maioria das espécies amazônicas e onde há luz em abundância. Enfim, o lugar onde todo fotógrafo de aves sonha estar.

A torre de observação é uma ponte para um mundo de possibilidades
Foto: Otacílio Tiago


As aves "de copa" parecem não se importar muito com nossa presença, talvez não nos reconheçam como predadores(pelo menos quando estamos lá em cima). 
Com um pouco de sorte, algum dos extraordinários habitantes deste mundo até então inacessível pode dar o ar da graça.


Capitão-de-cinta, uma especialidade do Cristalino


Eis a magia das torres de observação na Amazônia, elevar-nos a um novo e distante mundo, ainda pouco explorado e imenso, onde nossa presença passa quase imperceptível.

Um mundo repleto de paz, onde o cricrió domina a paisagem sonora, somente subjugado, de tempos em tempos, por casais de araras em seu colorido voo.

Um mundo em total equilíbrio, onde incessantes e grandes quantidades de umidade e calor fizeram aflorar uma das mais ricas biodiversidades do planeta.

Variedade impressionante e inesperada, que chega a entorpecer nossos sentidos.

E como faz bem pr'alma...

Anambé-azul, psicodélico
Foto: Daniel Esser



Beija-flor-tesoura-verde, 220 volts




Cujubi, a jacutinga amazônica






Arara-vermelha-grande, sempre uma presença marcante





A maitaca-de-cabeça-azul parecia bocejar



Anambé-pombo


Chora-chuva-de-cara-branca




"Quando a chuva é uma aliada" foi o título de um post do grande Alessandro Abdala que nos guiou - eu e meu querido tio Maninho Camarão - na serra da Canastra. 
Realmente conseguimos aproximações que se não tivesse chovendo provavelmente não conseguiríamos.

E nesta viagem não foi diferente.
A chuva, que parecia ter hora marcada, trouxe noites agradáveis, apesar dos dias muito quentes, e revoadas de proteína que transformaram o dossel numa grande festa, com direito a show de uma das maiores estrelas desta viagem, o araçari-mulato.

Várias espécies se banquetearam com cupins alados que emergiam das árvores
Mas o araçari-mulato era presença quase constante 

A hora do bote

O gavião-sauveiro também marcou presença no banquete


As trilhas e os passeios de barco são excelentes opções, como vocês poderão conferir nos próximos capítulos, mas as duas torres de observação do Cristalino podem propiciar experiências únicas, como o espetáculo do alvorecer na maior floresta tropical do mundo.

A 50 metros de altura, o último patamar das torres é ideal para fotos panorâmicas e elevação espiritual



5 comentários:

  1. Excelente, João.
    Seus relatos nos levam para o alto do dossel, e que fotos maravilhosas.
    Parabéns pelo blog.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Agradeço-lhe Daniel pelo comentário e por ceder a foto do anambé-azul.
      O ecoturismo é uma poderosa ferramenta para a salvação da Amazônia, e a minha vontade é poder colaborar divulgando esta excelente opção, não só para birders, mas para qq amante da natureza.
      O trabalho da Fundação Cristalino deve ser valorizado e multiplicado, principalmente na fronteira agrícola amazônica.
      O sucesso desta iniciativa pode incentivar outras pessoas a seguirem o mesmo modelo, e cada um de nós pode colaborar, fazendo o "sacrifício" de passar uns dias passarinhando lá.hehe

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  2. Estou aqui enxugando o meu teclado de tanto babar nos seus relatos. Parabéns e obrigada por dividir as emoções com a gente.

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    1. Eu q agradeço(antes tarde do q nunca né?rs) a gentileza, Silvia.
      Abração!

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